menu Menu
173 articles filed in
Portugal
Previous page Previous page Next page Next page

Poesia portuguesa

Anatomia poema longoque se desbotacom o olhar na planícieda tua perna encontro o calcanharquase gorduchoredondode um modelo antigo a rota remotaem que a planície foi duna e se comeucom ventos e degelosao norte mais da coxaque foisua firmeza *-*-* 1 de Março esta luz cinzentaconstanteque se aflorado chão delimita a representaçãoesquálida da sombra *-*-* morte […]

Continue reading


Poesia portuguesa

VESTÍGIOS DE UM QUÂNTICO INEVITÁVEL No início parecem corvossilhuetas prateadas alastrando líquidaa possibilidade boreal, vestígios de um quânticoinevitável em vaga suposição de estrelas procuras uma face limpaum preâmbulo com que arrepiar a incidênciaem campo corpo de concentraçãoum segundo de nitidezformas mínimas de transitoriedadenutridas no aluimento da terra às vezes a adequada ciência pededo inexplicável uma […]

Continue reading


Poesia portuguesa

Acordo de madrugadae a Caravaggio pergunto por mimàs vezes penso que sou nós doisse o digo sinto frioporque não poesia em vez de negro?só as formas se salvamem tempo de esquecimentojá ninguém pede palavrasmelhor assim— Ou não, Caravaggio? *-*-* Como estar caladonestes dias de insónia?os poetas parecendo inúteissão as suas palavrascomo a rapariga da gelatariaem […]

Continue reading


 Última Impressão (Conto)

ÚLTIMA IMPRESSÃO Tinha uma rara colecção de impressões digitais. O médico, após exame demorado, alertou-o para o insólito museu que guardava num estômago sensível.– Belos grafittis! – comentou.As mais recentes viam-se, sem esforço, à flor do microscópio, inundando paredes – manchadas, algumas, por dever de ofício ou falta de água. Há impressões que não se […]

Continue reading


Conto e Prosa Poética Portugueses

O homem sem coração Um homem desperta. Um homem ergue-se e vê-se reflectido nas paredes de vidro que aquecem o ninho onde se rasgou em parto. Um homem acorda da gestação encomendada. Um homem resolveu parir-se outra vez. Toda a gente deveria ter a hipótese de se gerar de novo, como uma serpente que larga […]

Continue reading


Uma leitura do livro A Janela de Matisse de Ângela de Almeida

Uma leitura de “A janela de Matisse” de Ângela de Almeida, editada pela Nona Poesia, 2024 Bem vindos a esta viajem! Na primeira parte do livro deparamo-nos, efectivamente, com uma viagem quase sempre solitária e algumas vezes acompanhada de memórias. Uma viagem onde os três elementos estão presentes : a terra, palco de todas as […]

Continue reading


dos prazeres asiáticos (Conto)

dos prazeres asiáticos Adoro as pernas das chinesas. Fico deslumbrado quando olho as pernas delas, alvas, sem um grama de gordura, uma veia saliente. A carne quase incorpórea, impercetível. Corpos para contemplar, como ténues esculturas animadas. Novas, velhas, de meia idade, sempre delgadas, vaporosas. Vou rua fora atrás delas e fotografo-as. Pego no telemóvel disfarçadamente […]

Continue reading


Poesia portuguesa

Com as Mãos com as mãosconstruoa saudade do teu corpoonde havia uma portaum jardim suspensoum rioum cavalo espantado à desfilada com as mãosdescrevo o limiaros aromas subtisos longos estuários as crinas ardentesfustigando-me o rostoa vertigem do apelo nocturnoo susto com as mãosprocuro ainda colher o tempode cada movimento do teu corpoem seu voo e por […]

Continue reading


Um olhar pessoal: reflexões livres sobre poesia (Ensaio)

UM OLHAR PESSOAL Eduardo Lourenço foi provavelmente o primeiro a chamar-me poeta: e que perplexidade isso então fez brotar em mim! Ora, declarando-me à partida como poeta, sou algo «suspeito» na abordagem, pelo que em conformidade dou início à presente reflexão com esta chamada de atenção, reclamando a possível dose de perdão, ou pelo menos […]

Continue reading


Prosa poética

Minha mãe Pássaro Mãe, acordei com os gritos dos pássaros. Passam velozes pela minha janela, em bandos estridentes, a piarem sobre tudo e mais alguma coisa que lhes passa nas suas cabeças redondas e profundamente brancas, São insignificantes, eu sei, como insignificante é quase tudo o que vai acontecendo no desenrolar dos dias.Dentro de mim, […]

Continue reading


Ficção portuguesa

Fragmentos do romance experimental Detergente 33. Já sei que estiveram por aqui a especular sobre a minha origem. Não, não sou clone de ninguém. É esta a minha originalidade: não ser cópia de ninguém e muito menos a fotocópia de um ser perdido no erro. O que se poderá colocar aqui é a questão de […]

Continue reading


Poesia portuguesa

Cidade atemporalé lá que existesno nocturno vazioum homemestá de pétem nas asas na línguauma chama invioladauma cauda que varreas sementes a febre devagar sobe o orvalhoo suor corre à tonaalgas azuis nos cílios e um vestido de penas *-*-* são violinos ocultos sob a relva?são violinos ocultos?e sob a lua tecem o seu manto de […]

Continue reading


Aproximações ao Pensamento de Joseph Ratzinger: Cristianismo e Judaísmo (Ensaio)

Aproximações ao Pensamento de Joseph Ratzinger – Artigo 3: Cristianismo e Judaísmo. Sendo o tema deste artigo demasiado complexo e extenso, e tendo Joseph Ratzinger falado dele em vários pontos da sua obra, cingir-me-ei apenas a dois textos: um, a correspondência trocada, em 2018, entre Ratzinger e Arie Folger, Rabino-Mor da Comunidade de Culto Israelita […]

Continue reading


Renovar a Língua é renovar o Mundo (Ensaio)

Em jeito de homenagem aos grandes criativos da nossa língua comum, João Guimarães Rosa, José Cândido de Carvalho e Mia Couto: RENOVAR A LÍNGUA É RENOVAR O MUNDO: BRINCRIANDO PALAVRAS Brincriando palavras, escrevivendo: Ideio, impesquisada, matatempo, extraordem, desastragadamente, orfandante, imesclada, raivanando, moscamurro, enfuriar, desalegria, invejantes, velhamente, sozinhidão, copoanheiros, combeber, despedidosa, embriagatinhava, sorrissoteiro,indevassava-se, esquisitâncias, coisinhiquezas, azafamoso, […]

Continue reading


Poesia portuguesa

BEATAS A vida é como as beatas lançadas nas pedras do chãoUmas queimadasFumadas até ao filtroOutras deitadas fora, a meioInacabadasBeatas cheias de conversas marcadasComo batomSorrisos e segredosAlgumas crivadas de desesperosOutras de bocas que ficaram por beijarBeatas atiradas de madrugadaMolhadas de lágrimas e de salDe ressentimentoBeatas confessionárioBeatas cinzaBeatas oração. *-*-* PODCAST Nas varandas das casas escuta-se […]

Continue reading


Poesia portuguesa

A FORMA DO SILÊNCIO A forma não se perdeu no fornoútero de pãoe palavras Então que seja a cegueira a entrar na sílabae distenda a lenhaao quente dos versos Que fungos fermenteme concebam o pãointumescido no poemaSilêncio i n “O Sol Incendeia o Alarido das Cigarras” *-*-* GÂNDARA A terra fremefarta de chuva Uivam douradas […]

Continue reading


Poesia portuguesa

Ouvindo um além O som de fundo redivive outrosquando se entra no lagar.Dona Gracinda funileiradá experiências à norachora a água que delanão jorra. Ouvindo um além no estar prensandopensando que a cotovia era um poetaabriu-lhe a porta,ela não entrou nem fugiu, bailou versátilpoisou-se em quadrilátero de pedra. Depois de debicar água permitiu-se uma sarabandaà volta […]

Continue reading



Previous page Next page

keyboard_arrow_up