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Poesia portuguesa
Por Inez Andrade Paes Publicado em Literatura, Poesia, Portugal a 15 de Janeiro, 2025 102 palavras
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Anatomia

poema longo
que se desbota
com o olhar na planície
da tua perna

encontro o calcanhar
quase gorducho
redondo
de um modelo antigo

a rota remota
em que a planície foi duna

e se comeu
com ventos e degelos
ao norte mais da coxa
que foi
sua firmeza

*-*-*

1 de Março

esta luz cinzenta
constante
que se aflora
do chão

delimita a representação
esquálida da sombra

*-*-*

morte que encontras
versos espalhados
pela mesa
levanta esse véu
e parte

os pássaros estão
cansados
anunciam os teus passos
que pesados
levas
e deixas
tanta incerteza

*-*-*

os poetas
são anjos
com grinaldas
de flores
e facas

*-*

Inez Andrade Paes – dilui-se um ciclo na face do poeta


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