La notte, incurante, ne battesima moltiporgendo alla fronte un’improntae sono loro gli scomparsi.Altri aspettano, altri negano, altri fingonoche nulla accada mai.Altri disperano, altri cercano gli affettiritrovandoli daccapo.Chi vorresti chiamare per nomesentendolo vicino? *** A noite, desatenta, abençoa tantoscolocando-lhes na fronte um sinale são eles os ausentes.Outros esperam, outros recusam, outros fingemque nada acontece.Outros desesperam, outros […]
YOGAPara Gabrielle Dal Molin e Carina Cruz Árvore De pé, põem-seas mãos juntaspara cima, um péalçado e apoiadoperto da virilhae esticam-se osbraços cada vezmais e mais. Parece simples,mas obrigar-sea crescero tempo tododói muitíssimo. *** Tartaruga Levar consigo a própria moradaseria sempre ter proteçãonão fosse todo claustroum afogamento. *** Peixe com leão Minha professora me dissepra […]
Plaza de Abastos de Teresa Gómez (Recensão)
PLAZA DE ABASTOS. Una relectura de los posos de la memoria. Llega por fin a las librerías españolas Plaza de Abastos (Colección Vandalia, 2022), de lapoeta granadina, Teresa Gómez (Granada, 1960). Un libro escrito hace cuatro décadas, lospoemas del cual circulaban en plaquettes, antologías y revistas, pero que no se habíapublicado por diferentes infortunios y […]
menina e moça Menina e moça me levaram de casa de meu pai para longes terrase desde aí encontrei as ameaças que me destroema alegria matinal das aves e insectos antes tivesse ficado na aldeia a ouvir um sinomesmo sem a fé no deus ruralmas dançando com os sátiros debaixo das ramadasde cabelo enfeitado com […]
[Conozco mi culpa] Conozco mi culpa. Aprendizaje lento e insobornable.No hay quien dé más por menos,ni manerade asumir esta flor que hiere el agua. *** [Conheço a minha culpa] Conheço a minha culpa. Aprendizagem lenta e insubornável.Não há quem dê mais por menos,nem maneirade assumir esta flor que fere a água. Tradução de Carlos d’Abreu. […]
O ESPELHO Por aqui passam todos os diasaté que fique apenas um objectoabre-se o pano trémulo do olharcomo trémula é toda a procura verdadeiramesmo nas calmas e frias superfíciessob a atenção constante da morteVolta-se aos passos da inocênciaem poças de lama e luzcoração frágil sempre temendo a ignomíniacorrendo os caminhos árduos do imprevistoem expedições de […]
Três poemas inéditos Sucede, no outono, cortar o anelar esquerdocriar raízes, sem líquidos, debaixo da pele. Como em casasucede descobrir o corpo por todo o ladosemienterrado, ser meioequinócio privado de raios – háno estar aqui ainda obscuridadeo sopro que enxugao leitohá quem se habitue à antecâmarada culpa e, com audácia, já pensasque colheita, vindimo o […]
CARTA A UMA ALMA GÉMEA Saiba, minha amiga, que eu era nada antes de o encontrar. Circunscrita ao universo criado por meus pais, embutida pelas vivas cores da obediência, lealdade e piedade filial que foram transferidas para os fios de seda que as minhas laboriosas mãos bordavam ao ritmo da conjugação do verbo aperfeiçoar, […]
REPTO tente-meporque é azul demais e ofego rasgue-meporque os pássaros sabem e itinero afine-meporque é louco o gosto e aparvalho ria-meporque é a luz que abre e retino brilhe-meporque a boca é nunca e retumbo finja-meporque o sangue exala e rumoro cuspa-meporque a noite é presto e sincopo nunque-meporque o resto é sina e bem-quero *** FIO DA MEADA na antiquíssima casa novao lago é oferta de destinoe impulsos segredo: […]
Ladainha De que te ris, ó poemase só te esperam horasde iniludível abandonoou de puro fastioenquanto suspiras inutilmentepor um par de olhos incautosque se digne a prestar-tealguma atenção?E mesmo que tal suceda,que atraias para a tua esburacadateia uma vítima qualquer,como esperas tu,ó Ariadne de pacotilha,enlaçar-lhe o fio,rodopiá-lo em seu redore cravar-lhe na carneas tuas míseras […]
passio .I«para onde fores, irei; no gelo da queda costurarei a minha túnica e na asfixia do pouco lavrarei abundância; na pedra mais que profunda e na erva flutuante pisarei a tua sombra. estou pronto para ir contigo______________________» ( ‘ ah, tão perto e tão longe) .mas não irás; pesa-te a casa oculta no uterino […]
O Leão e o Caracol I. Não se parece com Amis Kopf, atirou-me a pequena alma. Tem toda a razão. Ninguém se parece. E em boa verdade ninguém é Amis Kopf, não realmente, nem mesmo eu. Muito fiz por isso, acredite. Amis Kopf é ninguém. Mas se fosse alguém, garanto-lhe, seria eu. E, se me […]
Não me pertenço Sou das profundezasdas grandes derreliçõesdos desertos inominadosdas cabras desamparadas Da vermelhidão reacesanos sexos das árvores Não me pertenço Escrevo cegaescravaservadríade Ver demais é doença? Aterrissei em terreno minadoDesisti das superfícies (permaneci vizinha do sol) Sou aquela mulher do Mercador do Rio– nunca olhei para trás Continuo intocada pelo horrorflertando com os olhos […]
CONFIGURAÇÕES DO ESPANTO Ainda há ruas para a revolta do mundo.Jorge de Sena Como atravessar o tumulto macabronesse anfiteatro de horroressem o escrutínio da indignação? Os homens soamferozese a política se diluientre o cortejo dos guichêse a lambança na pocilga Percorremosa sacralidade do caosem meioà totalitária argumentaçãoda morteàs pleonásticas núpciasdos pusilânimescom sua prole de fantasmas […]
Revista Oresteia, Nº 10, março de 2023.
Oresteia – Revista de Literatura, Filosofia, Ciências Sociais e Artes. Publicação semestral, Nº 10, março de 2023: Lisboa, ISSN 2184 – 8831 Sumário 1.- Poemas de Ricardo Gil Soeiro (Com tradução para catalão de Joan Navarro) – 1ª Parte 2.- Poemas de Ricardo Gil Soeiro (Com tradução para catalão de Joan Navarro) – 2ª Parte […]
Poesia portuguesa (Com tradução para catalão de Joan Navarro) - 1ª Parte
9 fazeis-metanta faltaneste mundo escuro Fernando Assis Pacheco,Apanhador de Pirilampos Sem direito a dia triunfal,por vezes acontece ser o que não sou,desperdiçando brandas palavrase grandiosos gestos musicais.Perdoa se exagero, mas assimse comporta o espírito dos amantes,sufocando numa sede de dilúvios.Punhal, lama, asa.Também um poema é um pedidode socorro a horas incertas.Quando metálicos oxímorosse vêm aninhar […]
Poesia portuguesa (Com tradução para catalão de Joan Navarro) - 2ª Parte
14 O mundo dos pirilamposinvadiu minha lembrança. E um coração pequenovai-me brotando dos dedos. Federico García Lorca, Prelúdio De mim só me lembrode um segredo turvo,sem culpa e sem enredos,no poço sombrio da infância.Suponho que existir é isto:sucumbir, impiedosamente,ao musgo podre da memória.O lago deixando adivinhar o zumbidode insectos que disputam, sem saberem,o mudo brilho […]
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