Uma leitura do livro A Janela de Matisse de Ângela de Almeida
Uma leitura de “A janela de Matisse” de Ângela de Almeida, editada pela Nona Poesia, 2024 Bem vindos a esta viajem! Na primeira parte do livro deparamo-nos, efectivamente, com uma viagem quase sempre solitária e algumas vezes acompanhada de memórias. Uma viagem onde os três elementos estão presentes : a terra, palco de todas as […]
LEONARDO Ecco che il grande uccello in volo si è levato:e l’ampia piana scruta in alto veleggiandoassorto tra le ali come un pensiero inquietoche sale sale ancora, sfidando l’orizzonte – nella strettura in fondo, dove s’insinua il fiume,l’ostacolo intuisce, il bloco che sbarravail passo verso il mare, e il lago primordialetra i colli e le […]
dos prazeres asiáticos (Conto)
dos prazeres asiáticos Adoro as pernas das chinesas. Fico deslumbrado quando olho as pernas delas, alvas, sem um grama de gordura, uma veia saliente. A carne quase incorpórea, impercetível. Corpos para contemplar, como ténues esculturas animadas. Novas, velhas, de meia idade, sempre delgadas, vaporosas. Vou rua fora atrás delas e fotografo-as. Pego no telemóvel disfarçadamente […]
LIANG KAI MEDITA SOBRE PAPEL DE ARROZ No me gusta escribir mientras te miroporque entonceste hablaría de mí.Lo que busco es mancharme con tu tiempo.Lo que quiero contigoes partir este vidrio de las horas: para hablar del bambúes indispensableconvertirse en bambú. *-*-* LIANG KAI MEDITA SOBRE PAPEL DE ARROZ Não gosto de escrever enquanto olho […]
Revista Oresteia, Nº 14, outubro de 2024.
ÍNDICE 1. – A poesia de Ana Cecilia Blum 2.- A poesia de Eduíno de Jesus; 3. – Mercedes Roffé: Una escritura (Ensaio) por Ángela Gentile 4. – Um olhar pessoal: reflexões livres sobre poesia (Ensaio) por Rodolfo Miguel Begonha 5. – A Prosa Poética de Filipa Vera Jardim; 6. – A Poesia de Teresa Gómez; 7. […]
LA PARTIDA Pronto dejaremos esta casa,las lilas que nacieron sin sembrarlas,el tomate que plantó la abuelacuando estuvo de visita, y los robles viejosde hojas pequeñitas.Nos marcharemos -ya poco falta-,el hogar será el inmueble solamente,una cosa en venta,una cosa en el mercado.Cuartos vacíossin aromas sin libros sin cenas sin oficios.El hogar seráel ladrillo del olvido. *-*-* […]
Com as Mãos com as mãosconstruoa saudade do teu corpoonde havia uma portaum jardim suspensoum rioum cavalo espantado à desfilada com as mãosdescrevo o limiaros aromas subtisos longos estuários as crinas ardentesfustigando-me o rostoa vertigem do apelo nocturnoo susto com as mãosprocuro ainda colher o tempode cada movimento do teu corpoem seu voo e por […]
Mercedes Roffé: Una escritura (Ensaio)
MERCEDES ROFFÉ, UNA ESCRITURA Efectivamente, la obra de Mercedes Roffé se caracteriza por una profunda exploración de dos lenguajes: el textual y el interno. Su poesía invita al lector a embarcarse en un viaje de introspección y descubrimiento personal que trasciende los límites del lenguaje.Sus versos se caracterizan por un ritmo y una riqueza léxica […]
Um olhar pessoal: reflexões livres sobre poesia (Ensaio)
UM OLHAR PESSOAL Eduardo Lourenço foi provavelmente o primeiro a chamar-me poeta: e que perplexidade isso então fez brotar em mim! Ora, declarando-me à partida como poeta, sou algo «suspeito» na abordagem, pelo que em conformidade dou início à presente reflexão com esta chamada de atenção, reclamando a possível dose de perdão, ou pelo menos […]
Minha mãe Pássaro Mãe, acordei com os gritos dos pássaros. Passam velozes pela minha janela, em bandos estridentes, a piarem sobre tudo e mais alguma coisa que lhes passa nas suas cabeças redondas e profundamente brancas, São insignificantes, eu sei, como insignificante é quase tudo o que vai acontecendo no desenrolar dos dias.Dentro de mim, […]
Qué manera Qué manera urgentíssima de ir queriéndome un poco sobre mil adoquinessobre mil estaciones donde solemos esperar mil veces. Qué manera urgentíssima tenemos de querernos. Qué evidencia de olas tu uerpo amaneciendo en mi ventanadesvelando este sueño como un reto. Qué manera tan grave de estar desalambrándonosen duelo de mordiscos y azucenas. Qué forma […]
Fragmentos do romance experimental Detergente 33. Já sei que estiveram por aqui a especular sobre a minha origem. Não, não sou clone de ninguém. É esta a minha originalidade: não ser cópia de ninguém e muito menos a fotocópia de um ser perdido no erro. O que se poderá colocar aqui é a questão de […]
Cidade atemporalé lá que existesno nocturno vazioum homemestá de pétem nas asas na línguauma chama invioladauma cauda que varreas sementes a febre devagar sobe o orvalhoo suor corre à tonaalgas azuis nos cílios e um vestido de penas *-*-* são violinos ocultos sob a relva?são violinos ocultos?e sob a lua tecem o seu manto de […]
En ese muro está escrito el silencio Con toda la piel estoy gritando:soy tiempo haciéndose lejanía en una oscuridad cautivay caigo horizontalmente en menudos fragmentospara que la incertidumbre se cumpla.Soy sonido que se vuelve puro alientoy me planto entre los escombros del vértigocomo un relámpago en seco. Mis huesos son agua sin edady a mi […]
Renovar a Língua é renovar o Mundo (Ensaio)
Em jeito de homenagem aos grandes criativos da nossa língua comum, João Guimarães Rosa, José Cândido de Carvalho e Mia Couto: RENOVAR A LÍNGUA É RENOVAR O MUNDO: BRINCRIANDO PALAVRAS Brincriando palavras, escrevivendo: Ideio, impesquisada, matatempo, extraordem, desastragadamente, orfandante, imesclada, raivanando, moscamurro, enfuriar, desalegria, invejantes, velhamente, sozinhidão, copoanheiros, combeber, despedidosa, embriagatinhava, sorrissoteiro,indevassava-se, esquisitâncias, coisinhiquezas, azafamoso, […]
BEATAS A vida é como as beatas lançadas nas pedras do chãoUmas queimadasFumadas até ao filtroOutras deitadas fora, a meioInacabadasBeatas cheias de conversas marcadasComo batomSorrisos e segredosAlgumas crivadas de desesperosOutras de bocas que ficaram por beijarBeatas atiradas de madrugadaMolhadas de lágrimas e de salDe ressentimentoBeatas confessionárioBeatas cinzaBeatas oração. *-*-* PODCAST Nas varandas das casas escuta-se […]
A FORMA DO SILÊNCIO A forma não se perdeu no fornoútero de pãoe palavras Então que seja a cegueira a entrar na sílabae distenda a lenhaao quente dos versos Que fungos fermenteme concebam o pãointumescido no poemaSilêncio i n “O Sol Incendeia o Alarido das Cigarras” *-*-* GÂNDARA A terra fremefarta de chuva Uivam douradas […]
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