de novo
esta véspera de ti
na agitação das ínfimas
horas
voltadas para a comoção
da sede na foz
do regresso
não o regresso pulsante
dos braços sobre a espera
rubra ardendo
nem o regresso comedido
dos passos à constelação
do delírio
antes o regresso emocionado
do dia claro à confissão do adeus
***
de novo aqui
a solidão a cercar
a sede em tambores
brancos enfeitados
com plumas
tocando o céu
não o céu do poema
nem o céu da saliva
ardendo no convés
da noite
antes
o céu inquebrantável
das aves soletrando
as esferas de ponteiros
altivos
imersos
na afonia do tempo
sobre as ruínas da voz