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Poesia Portuguesa
Por Ângela Almeida Publicado em Literatura, Poesia, Portugal a 5 de Outubro, 2022 105 palavras
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de novo
esta véspera de ti
na agitação das ínfimas
horas


voltadas para a comoção
da sede na foz
do regresso


não o regresso pulsante
dos braços sobre a espera
rubra ardendo


nem o regresso comedido
dos passos à constelação
do delírio


antes o regresso emocionado

do dia claro à confissão do adeus

***

de novo aqui


a solidão a cercar
a sede em tambores
brancos enfeitados
com plumas


tocando o céu


não o céu do poema
nem o céu da saliva
ardendo no convés
da noite


antes


o céu inquebrantável
das aves soletrando


as esferas de ponteiros
altivos


imersos


na afonia do tempo
sobre as ruínas da voz


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