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Poesia italiana atual
Por Luca Baldoni Publicado em Itália, Literatura, Poesia a 17 de Novembro, 2024 870 palavras
Uma leitura do livro A Janela de Matisse de Ângela de Almeida Anterior dos prazeres asiáticos (Conto) Seguinte

LEONARDO

Ecco che il grande uccello in volo si è levato:
e l’ampia piana scruta in alto veleggiando
assorto tra le ali come un pensiero inquieto
che sale sale ancora, sfidando l’orizzonte –

nella strettura in fondo, dove s’insinua il fiume,
l’ostacolo intuisce, il bloco che sbarrava
il passo verso il mare, e il lago primordiale
tra i colli e le castella, l’ambiente coi riflessi
tonali tra le canne, le trecce delle onde
che frangono la sponda, afferrano le nebbie

e su sulle montagne riposano conchiglie
avvolte tra le rocce, e solo lui le coglie
nel tempo delle ere precipitate in basso,
in un lontano mare di forme elementari
in cui la vita sboccia, non cerca narrazioni

come per primo è il buio e poi la luce che si afferma,
e la natura è piena di ragioni seducenti
che mai non sono state nell’arco di esperienza,

prossegue solitario l’intrepido confronto:
occhio che non si arresta nel cuore del profondo.

*-*-*

Leonardo

Eis que o grande pássaro levanta seu voo:
e a vasta planície observa-o, no alto, planando
absorto, com suas asas, como um pensamento inquieto
que se ergue de novo, fustigando o horizonte –

no cenário ao fundo, onde o rio se insinua,
divisa-se o obstáculo, o cerco que impedia
a passagem na direção do mar, e o lago originário
entre colinas e castelos, o ambiente com reflexos
cintilantes no meio do canavial, o entrançado das ondas
que rebentam à beira-mar, atinge a neblina

e no cume das montanhas repousam conchas
emaranhadas entre as rochas, e apenas ele as alcança
no momento em que mergulha
num remoto mar de formas elementares
onde a vida eclode, não procura narrativas

já que primeiro são as trevas e depois a luz que se afirma,
e a natureza está repleta de sedutoras razões
que nunca haviam estado no arco da experiência,

prossegue solitário o arrojado confronto:
olhar que não se detém no coração das profundezas.

*-*-*-*-*

ANASSIMANDRO

Prima di te nessuno conceptì che la terra
potesse nello spazio da sola galleggiare:
erano tartarughe, elefanti, o immani
bibliche colonne a sostenerne l’architrave,
supporto necessario perchè il senso comune
vede che verso il basso nel mondo tutto cade,
e il tuo colpo di genio, che il basso è relativo
al corpo del pianeta che atira gli elementi,
il quale essendo al centro, dai bordi equidistante,
in nessun luogo mai potrà precipitare;

e per primo osasti affermare che la folgore
non è opera di Zeus, né i terremoti del dio
del mare, né di Eolo i venti e le brezze australi,
mas che natura ha cause del tutto naturali,
e spiegasti agli stolti cos’è evaporazione
delle acque dal mare, l’accumularsi in alto
in nembi vaporosi, ricaduta pluviale
della stessa sostanza in moto circolare;

perche come si legge nell’unico frammento
rimasto del tuo libro: hanno origine le cose
tutte una dall’altra, e cosi una nell’altra
periscono secondo legge di necessità

dove legge non è dio, comando o punizione,
ma libero crearsi in regolato flusso
soprattutto per primo dal maestro che amavi
su cui ti eri fondato, com rigore e passione
per andare più avanti osasti dissentire:

né rigido rifiuto, né cieca dedizione,
con la critica apristi le porte naturali.

*-*-*

ANAXIMANDRO

Antes de ti ninguém concebia que a terra
pudesse flutuar sozinha no espaço:
eram tartarugas, elefantes ou enormes
colunas bíblicas sustentando a sua arquitetura,
suporte necessário, porque o senso comum
via que no mundo tudo caía para baixo,
e o teu golpe de génio, foi que o baixo é relativo
ao corpo do planeta que atrai os elementos,
que, estando no centro e equidistante das margens,
para nenhum lugar se poderá precipitar;

e, pela primeira vez, ousaste afirmar que o raio
não era obra de Zeus, nem os sismos do deus
do mar, nem de Eolo os ventos e as brisas austrais,
mas que a natureza tem causas exclusivamente naturais,
e explicaste aos estultos o que é a evaporação
da água do mar, o acumular-se no alto
em nuvens de vapor, depois precipitação pluvial
dessa mesma substância, num movimento circular;

porque como se lê no único fragmento
que resta do teu livro: originam-se as coisas
umas das outras, e umas nas outras
perecem segundo a lei da necessidade
donde a lei não é deus, mandamento ou punição,
mas livre criação num regulado fluxo
sobretudo pelo mestre que amavas
e no qual te baseaste, com rigor e paixão,
para ires mais além ousaste discordar:

nem rígida rejeição, nem dedicação cega,
pela crítica libertaste o mundo natural.

Traduções de Victor Oliveira Mateus

*-*-*

Luca Baldoni is a poet, scholar, translator and travel writer.
He has published four poetry collections Sensi diversi (Camaiore Poetry Prize for best new work), Territori d’oltremare (Sandro Penna Prize for unpublished work), Sale del ricordo (Finalist at the Marrazza Poetry Prize), and Anno naturale (Finalist at the R.M Rilke Poetry prize).
As a critic he has explored LGBTQ+ issues in modern Italian poetry, editing the anthology Le parole tra gli uomini. Antologia di poesia gay italiana dal Novecento al presente and producing the first queer monograph of an Italian classic, L’altro Saba. L’omoerotismo nel Canzoniere.
He has translated volumes by Goethe and Christina Rossetti into Italian.
In 2018 he debuted as a travel writer with Itaca. L’isola dalla schiena di drago.”

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