menu Menu
Poesia portuguesa
By Ângela Almeida Posted in Literatura, Poesia, Portugal on 5 de Outubro, 2025 155 words
Poesia boliviana atual Previous Leibniz Next

levo-te ainda hoje a memória do
limoeiro onde escondemos a condenação de uma tarde
encharcada em campos de servidão e a imponência de

uma árvore no cimo de um suplício

levo-te ainda a confissão deste terrível
esquecimento dos meus olhos e dos braços e da voz
abraçada a

uma pedra colossal no sopé da montanha

e naturalmente meu amor

levo-te o epílogo da mais longa noite
da infindável noite de

um soldado roendo a última erva deste mundo

*-*-*

suspenso no martírio da fome de ânimo que
segue caminhante por cima de cada colina de desamparo

estavas tu

tu e o imensurável terraço de sujeição que
foram os dias do amanhecer deportado para lá dos
verbos que mastigam a chuva nas planícies agora fundeadas no
auto de fé dos dias inscritos no edital que abre a porta de acesso à

tecelagem dos últimos minutos

*-*-*-*-*


Previous Next

keyboard_arrow_up