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Poetas precoces e poemas infantis( Ensaio)
By joão Freitas Mendes Posted in Ensaio, Literatura, Portugal on 14 de Setembro, 2025 3708 words
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Poetas precoces e poemas infantis
João Freitas Mendes

A Relação entre a inocência perdida na infância e poemas nostálgicos sobre o que se deixou lá atrás é um lugar-comum da poesia. O que vou sugerir, ao contrário do que se diz habitualmente, é que estas reinvenções são mais complicadas do que parecem. com a sua arte, um poeta como Manuel António Pina atribui ao tempo da infância um peso superlativo que parece trair a leveza própria das crianças. Neste texto, parto da análise de um livro de Manuel António de Pina para induzir uma conclusão desse género (Pássaro na Cabeça, 2014). A infância descrita na obra como ” espaço de liberdade” foi afinal um espaço de angústia e não exposição e não -exposição, Isto leva a a que se questione se os ”poemas infantis” de Pina são realmente poemas infantis. Conclui-se pela negativa: paradoxalmente são poemas para adultos.

I.

Pássaro da cabeça e mais versos para crianças” oferece-nos uma síntese das imagens e dos objectos onde Manuel António Pina ( 1943- 2012) trabalha a angústia do homem que é tanto juiz como penitente. esta visão não percebe que espécie de articulação entre a circunstância e a cosmogonia pode haver sem a palavra” liberdade”. Então vêm duas listas opostas de semelhantes: pássaro, asa, voar, querer; vida, morte, sombra, cabeça. Este conjunto de poemas é um livro infantil para adultos, no mesmo sentido que só regressa à infância quem já a perdeu. O carácter facial deste livro assenta no binómio sentimento poético e razão matemática que conhecemos de alguma literatura do século passado, antíteses e paradoxos. Desde logo, Álvaro de Campos: “O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo” , por exemplo.

Do conflito moderno entre aparência natural e ideia que conhecemos de algum Régio, famosamente: ” Se vim ao mundo, foi só para desflorar florestas virgens/E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!”. Em terceiro, veja se a autocomiseração obsessiva que lemos nalgum Ruy Belo, “e tudo se passava numa outra vida e havia para as coisas sempre uma saída”. Para o primeiro caso de imitação leia-se “Tão maravilhoso como o de um matemático; tão rigoroso como o do mágico”; para o segundo caso leia-se “Embora às vezes não pareça, embora te digam que não, tens um campo de aviação dentro da tua cabeça”; para o terceiro verso: “Oh, que é feito do tempo da brincadeira em que não havia nada para fazer?” Encontramos um exemplo da síntese das facetas da obra de Manuel António Pina no poema” Não desfazendo” . Vamos lê-lo.

Nada do que existe nos cai do céu na cabeça
Nem a chuva, embora pareça:
Até ela estava cá em baixo a existir
Antes de ser chuva e cair
!”

Manuel António Pina parece descrever aqui uma postura humanista a que se dá geralmente o nome de existencialismo. O homem é o agente do que existe, e mesmo os fenómenos naturais mais obviamente exógenos, como a chuva, são condicionados ao que se passa do lado visível do mundo. Neste sentido, tudo se deve à qualidade de ser-se Homem, e (mais ainda) à sua capacidade de entendimento. Neste sentido, pode argumentar-se que o verbo «existir» tem um momento forte no terceiro verso – aliás repetindo a sua presença no primeiro -, e que a forma do verbo «parecer» não por acaso vem antes da existência no segundo verso. Além disso, a queda natural – Associada ao verbo «cair» – vem depois da aparência e da existência, no final do quarto verso, como sói acontecer habitualmente na vida . antes de tudo isso, a primeira palavra do poema é «Nada». Embora Pina argumente que nada vem do nada, a sua forma de frasear parece expor precisamente esse mito criador para contraditá-lo. Vimos do nada? Não, não vimos do nada, parece estar dizendo.

O novelo do poema fica mais complicado quando avançamos para a segunda estrofe. Aí Pina vai buscar o estojo do erudito, deixando de lado o existencial. o poema é construído como um tapete de três cores diferentes: vermelho, azul e amarelo. a segunda estrofe começa assim:

mais ou menos perfeito ou imperfeito,
Tudo o que existe foi feito
E, antes de ser feito, desfeito.
Com água, luz e vento
a Terra se foi fazendo;
o distante Sol está ardendo
há milhões de anos e morrendo.
O lavrador deitou à terra a semente,
O operário fez a enxada e a charrua,
O cantor canta no palco, o actor atua,
O inventor invente o inexistente”.

Se no primeiro terceto e nos primeiros quatro versos da terceira estrofe, Manuel António Pina parece adoptar uma visão natura naturans do mundo, distante da primeiramente apresentada, nos últimos versos envereda por um materialismo exacerbado. Enquanto a natureza se faz e refaz a si mesma, entre vida e morte, ordem e desordem, começo e fim, entendemo-nos bem. ”O mesmo processo inorgânico, de acordo com os cortes que podemos artificialmente e ocasionalmente fazer, pode ser concebido ora como desaparecimento ora como permanência”, escreveu Max Scheler. Esta é uma boa ilustração do processo de mudança natural da matéria.

O leitor segue lendo e desentende-se. Bom, que o lavrador lance à terra a semente é algo que não repugna a qualquer noção de educação como esperança de progresso moral. A pincelada ideológica vem a seguir. Pina sabe perfeitamente que são os bois quem puxa a charrua, e que a enxada é feita com partes que o Homem não cria: é um cabo de madeira, que poderá ser de eucalipto, e uma folha de aço a que se chama mesmo «enxada». No entanto, o poeta escolhe apelar ao poder de construção do operário, que puxa aqui a charrua e faz a própria ferramenta de trabalho. Estão a descoberto os filamentos vermelhos e azuis da manta do poema que escolhi para uma homenagem.

Os versos seguintes justificam-nos. O cantor e o actor fazem aquilo que lhes compete, e até o inventor inventa, criando algo que não existia. Então, o homem age ex novo, e após uma viagem aos pré-socráticos voltamos ao início do poema. Como resolverá o notável cronista – que tem aros redondos e bigode de Walter Benjamin, e como ele uma prosa de moralista – o dilema filosófico que pôs, com ou sem consciência disso? E quanto à barra amarela do tapete? Pina responde com a tradição poética, com a arte contra a filosofia ( e contra a política), parecendo dizer-nos que não se decide, enquanto nos dá conta de que se deu conta do dilema. regressa ao presente concreto, ele é o ser que não sabe coisas, na sua característica pose agnóstica que toma o aspecto de inquieta rememoração.

Quem faz agora este alvoroço
Toda a tarde a brincar e a correr
Enchendo de alegria a casa inteira?
Oh, que é feito do tempo da brincadeira
Em que não havia nada que fazer? “

Neste exercício, Pina parece alguém que teme ter-se esquecido de qualquer chave – mas qual, ao certo? – no fundo da algibeira de um velho casaco de que perdeu o rasto – mas qual, ao certo? A certeza da bondade de retroceder ao útero materno – expresso no poema abaixo – interrompe o curso da acção. antes disso, Manuel António Pina só quer ter a certeza de não se ter esquecido de nada. O que um crítico precisa de notar bem é como parece haver uma contradição na filosofia de Pina. embora seja a infância um espaço de liberdade, os seus poemas infantis são sisudos. Evidentemente, é assim porque ele está escrevendo a olhar para trás. Está a escrever como um perceptor. Mas um perceptor invulgar, que quer avisar as crianças de que o mundo dos adultos é complicado e difícil. isto torna espantosamente intrincado o exercício de Pina, que ora desloca para os poemas uma infantilização do mundo adulto, ora desloca uma maturidade apressada do mundo infantil. Parecem ambas impossíveis fora da arte, e por isso estão bem em qualquer livro. este é o primeiro caso – “A Ana quer”:

O que a Ana mais quer ser
Quando for grande e crescer
É ser outra vez pequena:
Não ter nada que fazer
Ser só pequena e crescer
E de vez em quando nascer
E voltar a desnascer”.

Este é o segundo caso – ”Basta imaginar ” :

Basta imaginar
Um pássaro para o aprisionar,
E depois imaginar o ar para o libertar
E imaginar asas para ele voar
E imaginar uma canção para ele cantar.”

Comecei por analisar um poema que parece ser uma síntese das várias tonalidades da obra de Pina. Chamei a isso uma manta das três cores primárias: amarela, vermelha e azul. As três correspondem a diferentes géneros de interesses e posturas. Respectivamente, artística, política, e sentimental. Sugeri, além disso, que os poemas infantis de Pina assentam caracteristicamente em formas subtis de avisar sobre a gravidade do mundo adulto. Mais do que isso, como se a substância encontrasse a forma, são eles mesmos sisudos olhares sobre a vida. Trazer para a infância os temas sérios, em vez de uma infantilização do mundo.

São poemas de infância rescritos por um adulto que a perdeu. as crianças sérias e graves são geralmente destinadas a serem caracterizadas como precoces. Então, duas diversões acontecem geralmente: a maturação apressada do sujeito, e a infantilização do mundo adulto pela arte, através do riso, do gozo, e do escárnio. Esse Pina está provavelmente nas crónicas. assim, a contradição aparente é esta: os poemas infantis são muito sérios, ao passo que a infância aparece como um espaço de liberdade que não terá sido, de verdade, para certos géneros de inequívoca presciência literária como, modelarmente, os de pessoa, Ruy Belo ou Pina.

Agora vou voltar ao passado – também eu! – para concluir o argumento, extraindo-o do campo da análise da obra sisuda” para crianças” para uma releitura de Platão. Depois relacionarei ambos através de uma ponte. Ela ampliará para sítios menos claros o ponto que fiz sobre Pina, designadamente dois poemas sobre a infância de Fernando Pessoa e Ruy Belo. São casos formalmente menos interessantes, embora semelhantes no conteúdo: são poemas sobre a infância, não são poemas infantis. De todo o modo, é possível que ambos sejam menos nostálgicos do que parece na leitura apressada de que vão sendo alvo. Julgo que os três reflectem casos de precocidade artística, além de uma filiação canónica na poesia triste do séc XX português, a partir de Álvaro de Campos.

Como direi, a constância da dúvida inquietadora em criança foi vista pela psicanálise como um sinal de sofrimento imperfeitamente expresso. (Não farei qualquer ligação entre a dor da alma e a genialidade, no entanto, Não é esse o meu ponto). É possível que por efeito de imitação dos artistas modernos a traumática dor do passado seja deslocada para o presente – um Freud explicaria isso de outro modo -, mas o inverso também pode ser o caso. A rememoração é reconstruída a partir dos dados da vida presente.

II.

Platão introduziu uma diferença fundamental entre razão e possibilidade que se mantém até hoje. Ao passo que o melhor é resultado da maximização da razão, por exemplo o que se chamaria agora desejo ou paixão, o princípio da necessidade introduz uma limitação ao máximo através de um regresso à origem das possibilidades e actua em sentido contrário. Peço licença para citar um excerto, que dividirei em duas partes para melhor leitura:

A Razão postergou a Necessidade ao persuadi-la de que pode de verdade guiar as coisas até ao seu melhor estado”.

Aqui Platão estabelece uma proposição central na sua filosofia. O contraste, a que chamei agora mesmo limitação da ideia, do desejo, ou da paixão vem de seguida:

Se então estamos certos de como o universo veio a construir-se baseado na vitória da razão persuasiva sobre a Necessidade, também temos de apresentar a causa errante e explicar a sua natureza de causar movimento. Assim e por consequência devemos refazer o nosso caminho, e estabelecer, ao contrário, um segundo princípio em torno da própria origem das mesmas coisas.”

Platão acaba por restringir este princípio que se ele tem um apelo natural, ele não pode ser levado às primeiras causas de tudo, mas a um método que atenda à probabilidade ou semelhança cósmica: o que nós chamaríamos” ao acaso”.

Portanto, ao princípio construtivo da razão progressiva, há-que propor – a partir deste passo do Timeu – um princípio de erro natural, que basicamente consiste na eventualidade de as coisas não terem sido feitas conforme a vontade de um Criador, mas serem resultado do processo natural de fluxo e refluxo da matéria, para usar uma expressão parente de Anaximandro. Conforme foi notado por comentadores de Platão, estabelece-se uma diferença entre caracterização por natureza e a caracterização por origem. Tem que ver isto com a teoria das formas, baseando-se remotamente numa questão colocada a Sócrates por Parménides.

A saber: como pode a Forma conservar a unidade e estar presente em muitos casos particulares? Sintetizo, dado que as formas são mutáveis, e as coisas tomam formas diferentes, elas associam-se através de semelhanças e diferenças, onde há cópias e há originais consoante as características se assemelhem ou dissociem.

III.
Comecei por dizer que a diferença entre a qualidade determinada – a razão – e a possibilidade se mantém relevante hoje. Resta-me demonstrá-lo agora. Enquanto o poeta almeja a uma infância feliz e constrói-a através da ligação de certos elementos aparentes (e aliás recorrentes em toda a poesia) – o não ter nada que fazer, as longas tardes de verão, a brincadeira – há na verdade um princípio latente de (im)possibilidade que vem ao de cima, contra a razão ampliada no sentido de criar uma narrativa sobre a própria infância. Isto acontece quando Manuel António Pina escreve poemas infantis, por assim dizer. Na verdade, a conclusão é tirada a partir da seriedade dos poemas infantis que se leram do autor de Sabugal. A caracterização construída torna-se inverosímil e emerge a natureza natural de Pina, atribuído à infância. A infância infeliz do sujeito.

Note-se, contudo, que este não é um exercício freudiano, mas apenas uma hipótese de relação entre a infância e os poemas infantis. Deste modo, para usar a expressão platónica, há uma” causa errante” no raciocínio e temos de procurar elementos aparentemente naturais, seja isto apenas o irracional, segundo o autor grego. Embora Platão provavelmente dissesse que isto trata de razão e desrazão, hoje temos uma noção diferente das coisas. A essa razão exacerbada e explicativa chamamos modernamente ideal, ou, em menor número de casos, ideologia.
Ainda assim, o problema permanece ”objectivo”. Ele não é um problema ético, nem um problema científico. Não se trata de justiça ou de validade. A que tema pertence então a revelação da infância do ser precoce? tendencialmente, isto parece ser um problema subjectivo, no sentido em que expressa um estado de ânimo, mesmo se o estado de ânimo é, à moda do artista, não-sincero. De outro lado, sei o que julgo saber sobre a poesia infantil de Pina no Pássaro da Cabeça através de uma leitura pessoal da obra.

Decerto nem sempre um estado de ânimo necessita de ser explicitado verbalmente, pode ser apenas sugerido por um cenário soturno, um ambiente solitário, a existência de sucessivas interrogações. A propósito, Freud colocara uma vírgula à simpatia que temos sobre crianças cheias de dúvidas. escreveu sobre isso, dizendo que a dúvida precoce sugere já um sofrimento acima do razoável:

As dúvidas infinitas da criança são já sinal de uma dor secreta. Uma forma séria para a qual ela não encontrou resposta e que não consegue colocar por palavras da maneira própria”.

Parte do meu argumento consiste em assumir que o poeta se coloca na posição de deus, ou de Demiurgo – e como tal, ele sabe que a dúvida é o sofrimento, e usa a máscara poética para reconfigurá-lo e atribuir sentido. Ao passo que a forma recorrente do sofrimento na literatura moderna á a busca de uma identidade perdida e de um tempo passado, desde Proust, o livro de Pina reinventa o sofrimento expresso na inquietação duvidosa no presente e não apenas no passado. É por isso pouco plausível que a sua infância inteligente tenha sido tão prazerosa quanto uma leitura primeira parece indicar.

Aliás, noutro caso semelhante, o de Ruy Belo, como no de Fernando pessoa, a referência oscila entre o poema convencional (e um tanto infantis ao jeito de Peter Pan) sobre a inocência e o tempo que passou; e poemas extremamente intrincados que desvelam o lado inteligível e notório de supremacia da identidade do sujeito sobre a imitação do autor forte precedente. Por exemplo, em Aniversário a inocência é agridoce – ”No tempo em que festejavam o dia dos meus anos… Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!”. Se ela vale como passado da sem- identidade, em que a criança se assemelha a todas as outras ainda e é tratada com condescendência. Nestes casos, o poeta expressa-se mais furiosamente e imita menos. A angústia da criação é expressa pela sua verdade, mais do que pela derrota da influência:

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. “

Olhemos agora para a poesia de Ruy Belo. Um poema famoso como ”E tudo era possível” sugere a mesma forma de contraste entre ideia e possibilidade já notada em Pessoa e em Pina. Por um lado, o infante não tem a vida como a sua, ela ainda não lhe pertence: “e era só ouvir o sonhador falar/ da vida como se ela houvesse de facto acontecido”. Adiante, fica a impressão que o poeta sugere, precisamente, que tudo era possível porque a vida nos era alheia; e, eventualmente, que tudo é possível se tomarmos a vida como algo que nos acontece e de que não somos donos. Veja-se como termina o poema:

Só sei que tinha o poder de uma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer”

Belo escreveu que tinha ”o poder de uma criança”. Como se sabe e Campos ecoou, o poder de uma criança é mesmo muito limitado e há razões aceitáveis para que assim seja. Julgo não ter sido o único a achar a vida dos adultos possivelmente mais interessante, com a variedade de temas permitidos e sem as restrições de capacidade, destreza e espaço de uma criança. Talvez a leitura habitual do poema não vá exactamente neste sentido por uma espécie de reconstrução mítica da memória da infância. Nesse caso esquisito de Benjamin Button, o sentido do poder das crianças é entendido com o mínimo realismo possível e a máxima liberdade.

Dito isto, sobra o elemento estranho: haver vizinhança. Como ler? Vizinhança é daquelas palavras em que o significado académico e o sentido comum são idênticos. Relações de vizinhança são relações de proximidade sem coabitação nem pertença. assim, num sentido comum, eu tenho vários vizinhos no meu bairro. Se a minha relação com um deles tomar uma proximidade afectiva, ele deixará de ser meu vizinho e passará a ser meu amigo. A vizinhança como impossibilidade de paixão, isto é, uma relação de cordialidade sem afectação mútua. Isto é outra forma de descrever o estado de alheamento forçado de muita gente adulta; mas é sobretudo, no poema, uma forma de reescrever a sensação de ausência própria de uma vida ainda não conquistada; um estado infantil onde não reconhecemos a identidade individual. o poeta não se reconhece ainda enquanto pássaro.

Bibliografia

Ayer, A.J – Language, Truth and Logic. Pelica, 1971, p.145 – 146
Belo, Ruy – Todos os Poemas. assírio e Alvim, 1970, p,24-25
Campos, Álvaro de – Poesia de Álvaro de Campos. ed. Ática, 1944, p. 12-13
Freud, Sigmund – A general Introduction to Psychoanalysis. Worsworth, 2012, p.81-82
Pina, Manuel António- Pássaro da cabeça e mais versos para crianças. Porto Editora, 2018, p.12-18
Plato – Timaeus (translated by John Harrington). Dent and Sons, 1965, p.53-55
Ross, William David – Plato’s Theory of Ideas. oxford University Press, 1951, p.125-127
Scheler, Max- Morte e Sobrevivência. Edições 70, p.22-23


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