RECORRER LA CASA Quiero reconciliarmecon la niña que corta retamas,pero alguien golpea y golpeatras la puerta. Pospongo la tarea,siempre pospongo la tarea. ¿Desde qué borde puedo ocuparme de mí?de las sombras,de los velos,poder contarmeel cuento de cada nochey volver,de puntillas, por la casa. Volver,recogerlas migas que dejé. *-*-* RECUPERAR A CASA Quero reconciliar-mecom a menina […]
Poesia Colombiana atual - 1ª Parte
La luz de la vida detenida (Efectos secundarios) (No tengo ambiciones ni deseosSer poeta no es una ambición míaEs mi manera de estar soloAlberto Caeiro) No se escribe poesía con el afán de ser mejor poetasino con el llamado a apreciar más la vidaApreciar exige contemplaciónLa poesía implica contemplarPoesía es también la luz de la […]
Poesia Colombiana atual - 2ª Parte
La luz de la vida detenida (Ensayo y poema) Tenías cinco años y yo diezTendrás cincuenta y uno y yo cincuenta y seisLos años son una distancia que se pierde con los añosEl tiempo se pierde con el tiempoy se vuelve un lugar en el que el alma puede descansar Llega un punto donde se […]
Otoño de 1582 (leyendo a Cathleen Medwick) Otoño de 1582, un aromainexplicableparecido al de las azucenasrepta, suave murmurio,por Alba de Tormes, cuélasebajo las puertasentre las celosías—¿de dónde vendrá ese olor a lirioa rosa a almendra perfumada?interrumpe el caballero su yantarla dama los criadosquieren saber de dónde emanaese vergel de perfumesalgún perro de cazados mozos aguzadosya […]
Elemental Si yo fuera panteísta —me decías—escogería venerar a los dioses domésticos,los dioses del hogar, pequeños y sencillos,que se esconden tras una planta del jardín,en la corteza de un mueble de maderao dentro de un jarrón de cerámicaque alguna vez una muchacha indígena portó sobre su cabeza—cómo ondeaba su cintura en equilibrio, su cabello negrísimo. […]
levo-te ainda hoje a memória dolimoeiro onde escondemos a condenação de uma tardeencharcada em campos de servidão e a imponência de uma árvore no cimo de um suplício levo-te ainda a confissão deste terrívelesquecimento dos meus olhos e dos braços e da vozabraçada a uma pedra colossal no sopé da montanha e naturalmente meu amor […]
Poesia espanhola atual (Galiza)
CATRO POEMAS QUE DANZAN AO LONXE ÍAS roubando amoras polo montee deixando restos de luznas espiñas sen esperanza. ERAS o rei ante o cervoe a rosa atada ao sol. Eras o viño que me guíae a luz cantora… Agora téndoteentre flores violentase correspóndesme deixando que sobre ti se oficieo tango das aves. NA morte hai […]
Deixa-me Deixa-me ser o teu cálice, deixa-meser a fonte para a tua boca.Deixa-me matar-te a fomedevagar, vem, estende as tuas mãosde seda e linho, vem, devagar,milagre restaurado. a 14 de dezembro de 2024, in Angústia Metafísica {livro em construção} *-*-* Pedro Lopes Adão (n. 2001, Porto, Portugal) começou a sua carreira na escrita aos 15 […]
LECCIÓN DEL RUISEÑOR 1. Clavícula que inclinas levementela postura del mundoy a mí, contigo en él. Clavícula, sostienesque la palabra frágilprotege por sí soladesde fuerael interiorde los cuerpos que aman: partículas que flotan inconscientes,amantes que comparten sin saberlosu huella dactilar. 2. Libélula que erizas al posartela superficie cálida del agua,pósate sobre mí. 3. Sé que […]
Cadência imperfeita. Mandarei construir um jardim de inverno onde te esqueças de mim, ouvir-se-á o piar dos pavões e prometo não tornar a falar da rainha enlouquecida pela dor de perder o filho.Lugar habitado por tempo imóvel.Virgens tristes tocam pianos.Chás de Ceilão em chávenas de porcelana.Longas tardes de inverno assoladas pela demência febril do gelo […]
1. Teu corpo,o que ésenão o que pairasob os imensos ocasosque,hora ahora,desabamsem perceberes?A cada ano,tornando-teainda mais cansado…A cada ano,tua breve vidaanunciandoainda mais breve,ainda mais próxima,a partida…Mas levantas como um apóstolo do caos,embora não tenhas fénem nada próximo a isto…Levantas,comes o que os dias ofereceme, com um irresistível sono,assistes aos avanços e retrocessosa que os homens […]
Convicção Funda é a raiz do mar. Séria é a bondadeem cada movimentovisível ou discreto,concreto ou abstracto! *-*-* Presságio Todos os navios voamHá várias formas de andarQuando é por fim encontradoO mel do salE é pelas mãos fabricado o gelDe fixar certezas Vai, não olhes para trás!Quando é preciso voarAsas surgem de algum lugar! Pode […]
Despertar Não a lembrar nem esperarmas despertar ao vê-lae deixar-me de mim quando viesse *-*-* À transparência Adensa-se o fulgor na luz à transparênciaque se perdia no teu olhar que repetianão pode não ser nunca só pode ser a enchente Não me vês ver-te vir para me veres vir? *-*-* Transmutações Incessante vaivém no rasto […]
Distâncias O cabelo longo caía nas ondasE no solOlhar doirado.Esplendia. Os rapazes ferviam na areia preta.Tornavam-se cavalos na água atlântica. O pente repunha a lisura do cabeloHirto pelo sal.As mãos entrançavam os fiosOu deixavam-nos flutuarAo ventinho marítimoQueNão arrefecia a chama do verão. A saia curta de algodão (tão longe ainda as de seda)Ornava ínfima e […]
Outono Salvé! bosques coroados com restos de verde!Folhas amarelecidas nos esparsos relvados!Salvé, últimos dias agradáveis! O luto da naturezaAdequa-se à melancolia e agrada ao meu olhar! Prossigo, qual sonhador, o caminho solitário,Pretendo rever ainda, pela última vez,Esse pálido sol, cuja luz ténueMal trespassa, a meus pés, a obscuridade dos bosques! Sim, nesses dias de outono […]
JACARANDÁS DE ANGOLA É nas ruas de Lisboa que o tempo galgamuros, mergulha em perfume eufórico deloucura azul-violeta, quase roxa, como aflor do jacarandá no dia embaciando sobreum tímido clarão de ocasos longínquos. É nas ruas de Lisboa, nas calçadas íngremes,que o vento afina nota de outras ruas, praças,alamedas róseas, brancas, aniladas,ateando esquivo entusiasmo, meio […]
CENÁRIO As mulheres penteavam os cabelos das crianças,os homens olhavam, com falsa indiferença, pela janela,os campos onde o feno lentamente evaporava –o tempo parecia um intervalo onde a vida aconteciaentre prosas extenuantes e poemas onipresentes. Nenhum gesto fora de hora empanava o cenário,nenhuma voz levantava as cortinas da saladesvendando os vidros translúcidos da aurora. O […]
Previous page Next page