menu Menu
Poesia Colombiana atual - 2ª Parte
By Alejandro Cortés González Posted in Literatura, Poesia on 10 de Novembro, 2025 489 words
Poesia Colombiana atual - 1ª Parte Previous 50 Imagens - livro de José Manuel Morão (Recensão) Next

La luz de la vida detenida (Ensayo y poema)

Tenías cinco años y yo diez
Tendrás cincuenta y uno y yo cincuenta y seis
Los años son una distancia que se pierde con los años
El tiempo se pierde con el tiempo
y se vuelve un lugar en el que el alma puede descansar

Llega un punto donde se tienen más recuerdos que proyectos
Y no es por falta de ideas
sino por el calor de volver a habitar un espacio conocido
Aunque las épocas sean turbulentas
su recuerdo será un lugar tranquilo
donde podemos pasar horas recorriendo un año
o un instante

¿Y si decidiera que mi proyecto es recordar?

A veces
como que ya no interesa el paso hacia delante
sino la luz que abraza al mirar atrás
La luz de la vida detenida
Tiempo listo para volverlo a vivir

Sírveme un trago cuando venga a construir recuerdos
Sírveme un vaso de agua cuando venga a hospedarme en ellos

Después de noches voraces que devoraban la madrugada
huele a sangre afligida
a canción coreada por una sola voz
a memorias de esas mañanas decapitadas del alba
ahora tranquilas como mi estudio un domingo en la noche
donde bebo agua
llueve un poco
y rayo en un cuaderno
el instante detenido que vivo

Nota:
Al comienzo, este texto fue explicativo, ensayístico. Poco a poco fue encontrando el modo de sumergirse. Tal vez el ensayo sea un poema diurno y el poema, un ensayo que ha encontrado su noche.

*_*_*

  A luz da vida suspensa (Ensaio e poema)

Tinhas cinco anos e eu dez
Terás cinquenta e um e eu cinquenta e seis
Os anos são uma distância que se perde com os anos
O tempo perde-se com o tempo
e volta-se a um lugar onde a alma pode descansar

Chega um ponto em que se têm mais recordações do que projetos
E não é por falta de ideias
mas pelo fervor de voltar a habitar um espaço conhecido
Ainda que os tempos sejam turbulentos
a sua recordação será um lugar tranquilo
onde poderemos passar horas percorrendo um ano
ou um instante

E se eu decidisse que o meu projeto é recordar?

Às vezes
já não importa um passo mais para diante
mas a luz que nos envolve quando olhamos para trás
A luz da vida suspensa
Tempo pronto para voltar a ser vivido

Serve-me uma bebida quando eu vier construir memórias
Serve-me um copo de água quando eu vier habitar nelas

Depois das noites vorazes que devoram a madrugada
cheira a sangue atormentado
a canção cantada por uma única voz
a memórias daquelas manhãs degoladas pelo amanhecer
agora tranquilas como o meu estúdio num domingo à noite
onde bebo água
chove um pouco
e escrevo num caderno
o instante suspenso que vivo

Nota: no início este texto era explicativo, ensaístico. Pouco a pouco foi encontrando um modo de ir imergindo. Talvez o ensaio seja um poema diurno e o poema um ensaio que encontrou a sua noite.

                                       
       Tradução de Victor Oliveira Mateus 

*-*-*-*-*


Previous Next

keyboard_arrow_up