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Poesia italiana atual
Por Antonio Merola Publicado em Itália, Literatura, Poesia a 9 de Abril, 2024 486 palavras
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Che cosa faremo quando finiranno i soldi
se da qualche parte ci aspetta un ponte
o forse una madre a indovinare la forza
per cercare ancora una parte nel branco: ma fare la spesa
ogni giorno era la prima soluzione contro l’assurdo
come accettare di avere scoperto il mostro
sotto il letto a sorridere nero come una parte della famiglia.
Ci eravamo lasciati alle spalle una mancanza
tra le stanze vuote: ricordo ancora la povertà della casa
quando non avevamo ancora la corrente, ogni bolletta
costava una madre o una schiena e minorava l’esistenza
come matricolare la vita giorno per giorno
o subire la tragica necessità del cibo:
avevamo così poca fame
che cercavamo da mangiare nella spazzatura.

**

O que faremos quando se nos acabar o dinheiro
e se em qualquer parte nos esperar uma ponte
ou talvez uma mãe a improvisar força
para procurar ainda um lugar no rebanho: mas fazer compras
todos os dias era a primeira solução contra o absurdo
tal como aceitar ter descoberto um monstro
debaixo da cama com um esquálido sorriso como parte da família.
Tínhamos deixado para trás uma ausência
entre os quartos vazios: lembro a pobreza da casa
quando ainda não tínhamos luz, e cada fatura
custava duro trabalho a uma mãe, e minava a existência
era como gravar a vida dia após dia
ou sofrer a trágica necessidade do sustento:
tínhamos tão pouca fome
que até procurávamos de comer no lixo.

*****

C’era ancora la paura del ritorno:
chiedevamo l’unicità a qualcosa che non poteva ripetersi
una volta sola come tremare gli agguati degli uomini,
piangere l’inverno. Ci avrebbero di nuovo tagliato
la corrente, ci avrebbero di nuovo portato via
la mobilia della casa, finché non saremo piegati alle cose
gettate: allora facevamo la doccia fredda
fino a tracimare il gelo. Non ho mai saputo
meglio la fine: vorrei pagare il mese con le parole,
mangiare la carta – invece ho una fame vera
di trascrivere l’arcobaleno in bianco e nero,
alterare il diluvio: voglio alberare il cielo di caducifoglie.

**

Havia ainda o medo do regresso:
invocávamos a singularidade de algo que não podia repetir-se
uma única vez como estremecer as traições dos homens,
chorar o inverno. Teríamos de novo a eletricidade
cortada, levar-nos-iam de novo
a mobília da casa, até não nos debruçarmos mais sobre as coisas
retiradas, agora tomávamos duches frios
até o próprio gelo transbordar. Nunca mais soube
o fim: queria pagar o mês com as palavras,
comer a carta – em vez disso tenho uma fome tremenda
de reproduzir o arco-íris a preto e branco,
alterando o dilúvio: quero arborizar o céu com árvores de folhas caducas.

Traduções para português de Victor Oliveira Mateus

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Antonio Merola, Roma 1994, ha pubblicato il saggio F. Scott Fitzgerald e l’Italia (Ladolfi, 2018). allora ho acceso la luce (Taut, 2023) è la sua prima raccolta di poesie. È stato tradotto in inglese, spagnolo e francese su «Caravansary – Revista Internacional de Poesía» e su «The Dreaming Machine».

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