e o dia envelheceu como um pássaro
em ruínas. as molduras miravam-me
na sépia distante dos rostos que não
distam mais do que uma noite sem oração.
a noite irrompe pelos cómodos da casa
fere os quartos e a cozinha com um lastro
de vergônteas. a glicínia devora os muros
durante a infância do estio. retratos vivos
no amanho do silêncio de encontro a um mortório
onde nada cresce nem reluz. não te vi crescer
no teu lugar flores de gelo ocupam o centro de mesa
no teu lugar uma ausência à mesa onde ninguém
se senta. ninguém. ninguém é o nome de uma ausência
sempre assente.
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