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Poesia Espanhola Atual (I)
Por Corina Oproae Publicado em Espanha, Literatura, Poesia a 5 de Junho, 2022 222 palavras
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HAY ciervos en mi sueño
sus ojos
guardianes del miedo
rastrean los bosques extraviados
dentro de mis pupilas

hablan
todas las lenguas
que alguna vez he sabido
y yo los entiendo
y me regocijo
cuando el caos se me hace cosmos

desde dónde amar

desde un lugar de aire y luz
que sólo existe en la memoria
desde una infancia imaginada
que palpita dentro de este sueño
como el movimiento inalcanzable de una estrella

las palabras
duermen en mi garganta
un sueño superfluo

desde dónde escribir

desde aquel verso incierto
que al leer dejé de serme ajena
desde antes de cualquier comienzo
sin comienzo

porque jamás tuve un primer amor

porque jamás escribí un primer verso


HÁ cervos no meu sonho
os seus olhos
guardiães do medo
perscrutam os bosques longínquos
dentro das minhas pupilas

falam
todas as línguas
que já conheci
e eu entendo-os
e regozijo-me
quando o caos se me faz cosmos

desde o lugar do amor

desde um lugar de ar e luz
que só existe na memória
desde uma infância imaginada
que palpita dentro deste sonho
como o movimento inatingível de uma estrela

as palavras
dormem na minha garganta
um sono supérfluo

desde o lugar da escrita

desde aquele verso incerto
que ao lê-lo deixei de me ser alheia
desde antes de qualquer começo
sem começo

porque jamais tive um primeiro amor

porque jamais escrevi um primeiro verso

Tradução do espanhol de Victor Oliveira Mateus


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