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Três poemas inéditos
Por Luís Filipe Castro Mendes Publicado em Literatura, Poesia, Portugal a 19 de Janeiro, 2022 169 palavras
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SEM MÁSCARA

A funda respiração da poesia
alarga os pulmões, abre alamedas
e faz conceber a liberdade.

Não percas no ar o teu poema:
respira fundo e depois de fracassares
confia ao que te cerca o que ficou.


IRMÃOS HUMANOS

Frères humains qui après nous vivrez
(François Villon)

Não sei o caminho que leva aos outros,
humanos como eu, dormindo lá aonde já se apagaram as luzes
ouvindo os rumores da noite entrarem-lhes pelas insónias dentro,
sem um grito, sem mesmo poderem
fechar os olhos um breve instante.

Não sei o caminho para eles,
pois há muito deixei a minha casa,
sem nunca voltar os olhos para trás.

Que direis de mim, irmãos humanos
que eu não soube ter


POEMA

É este andar à volta de si sem se esquecer de nada,
este rememorar das misérias e dos brilhos da felicidade,
este dizer de um modo que a idade não alcança
e o desgosto não mata:

alguém nos encontra?


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