Espírito-nidificante
Desejo-solar de mamar
Desejo-lunar de amamentar
Dócil – maternal – dádiva
Do grande verbo
Do único Deus.
Espírito-nidificante
Pulsa o teu instinto
Irradia para urdir
O coração-exterior: o lar
Que o teu coração aquece
E o teu mimo enternece.
Inteligente – eterno-animal
É o instinto e a invenção
Que nutrem o Tempo:
A mãe que ceifa e a mãe que dá
Assim – como um rio:
O nosso espírito.
Fin’amor
Acaricia um cavalo nas trevas
Enquanto o pajem inocente
Se faz escudeiro
E o pensamento abre a vala
Para enterrar a criança evanescente.
Ara o campo e poda a videira
Recolhe o balde das profundezas do poço
Racha a lenha impiedosamente
Que a seiva se verta indiferente.
Diz o nome, o nome secreto
Com zelo santo
Sussurra o nome timbrado da chave
Sossega a noite inquietante.
Enquanto o fruto fermenta na cave
Dirige a prece à estatueta
Cai, cai
A areia na tua ampulheta.