menu Menu
Inéditos de Tomás Sottomayor
Por Tomás Sottomayor Publicado em Literatura, Poesia, Portugal a 3 de Junho, 2021 168 palavras
Poesia Hispânica traduzida por Nuno Júdice Anterior Inéditos de Manuel Silva-Terra Seguinte

Espírito-nidificante

Desejo-solar de mamar
Desejo-lunar de amamentar
Dócil – maternal – dádiva
Do grande verbo
Do único Deus.
Espírito-nidificante
Pulsa o teu instinto
Irradia para urdir
O coração-exterior: o lar
Que o teu coração aquece
E o teu mimo enternece.
Inteligente – eterno-animal
É o instinto e a invenção
Que nutrem o Tempo:
A mãe que ceifa e a mãe que dá
Assim – como um rio:
O nosso espírito.

 

 

Fin’amor

Acaricia um cavalo nas trevas
Enquanto o pajem inocente
Se faz escudeiro
E o pensamento abre a vala
Para enterrar a criança evanescente.

Ara o campo e poda a videira
Recolhe o balde das profundezas do poço
Racha a lenha impiedosamente
Que a seiva se verta indiferente.

Diz o nome, o nome secreto
Com zelo santo
Sussurra o nome timbrado da chave
Sossega a noite inquietante.

Enquanto o fruto fermenta na cave
Dirige a prece à estatueta

Cai, cai

A areia na tua ampulheta.

 

 

 

 


Anterior Seguinte

keyboard_arrow_up