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Sonetos (bilingue): Trad. João Albuquerque
Por Ruben Darío Publicado em Literatura, Nicarágua, Poesia a 26 de Dezembro, 2020 405 palavras
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João Albuquerque

AMA TEU RITMO…

Ama teu ritmo e ritma tuas acções
sob sua lei, assim como teus versos;
és um universo de universos
e tua alma uma fonte de canções.

A celeste unidade que pressupões
fará brotar em ti mundos diversos,
e ao ressoarem teus números dispersos
pitagoriza em tuas constelações.

Escuta a retórica divina
do pássaro no ar e a nocturna
irradiação geométrica adivinha;

mata a indiferença taciturna
e engasta cada pérola cristalina
onde a verdade verte sua urna

AMA TU RITMO…

Ama tu ritmo y ritma tus acciones
bajo su ley, así como tus versos;
eres un universo de universos
y tu alma una fuente de canciones.

La celeste unidad que presupones
hará brotar en ti mundos diversos,
y al resonar tus números dispersos
pitagoriza en tus constelaciones.

Escucha la retórica divina
del pájaro del aire y la nocturna
irradiación geométrica adivina;

mata la indiferencia taciturna
y engarza perla y perla cristalina
en donde la verdad vuelca su urna.

MELANCOLIA

A Domingo Bolívar

Irmão, tu que tens a luz, mostra-me a minha.
Sou como um cego. Ando sem rumo e tacteio.
Vou sob tempestades e tormentas
cego de sonho e louco de harmonia.

Esse é meu mal. Sonhar. A poesia
é a camisa férrea de pontas cruentas
que levo sobre a alma. Os espinhos sangrentos
deixam cair as gotas da minha melancolia.

E assim vou, cego e louco, por este mundo amargo;
às vezes parece-me que o caminho é muito longo,
e às vezes que é muito curto…

E neste titubeio de alento e agonia,
carrego cheio de penas o que apenas suporto.
Não ouves cair as gotas da minha melancolia?

MELANCOLÍA

A Domingo Bolívar

Hermano, tú que tienes la luz, dime la mía.
Soy como un ciego. Voy sin rumbo y ando a tientas.
Voy bajo tempestades y tormentas
ciego de sueño y loco de armonía.

Ése es mi mal. Soñar. La poesía
es la camisa férrea de mil puntas cruentas
que llevo sobre el alma. Las espinas sangrientas
dejan caer las gotas de mi melancolía.

Y así voy, ciego y loco, por este mundo amargo;
a veces me parece que el camino es muy largo,
y a veces que es muy corto…

Y en este titubeo de aliento y agonía,
cargo lleno de penas lo que apenas soporto.
¿No oyes caer las gotas de mi melancolía?

Rubén Darío
(tradução: João Albuquerque)

Literatura Nicarágua Poesia


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